Odete Antunes nasceu em Armadouro, uma aldeia do concelho da Pampilhosa da Serra que se viria a tornar famosa devido a uma calamidade natural: foi aí que nasceu Tony Carreira. Essa seria, de resto, uma calamidade muito particular para Odete, uma vez que nasceu na mesma data do seu primo Tony (30 de dezembro de 1963) e viu este tornar-se desde logo no centro das atenções, porque toda a gente o achava muito querido quando imitava cantigas que ouvia e depois dizia que eram suas.

Apesar de se ver na sombra do seu familiar, que ainda para mais arranjou emprego numa fábrica de charcutaria, Odete nunca desistiu de fazer o seu próprio caminho. A partir da adolescência, tornou-se consumidora ávida de rádio, tornando-se particular fã de António Sala e Olga Cardoso, e descobriu aí a sua vocação.

Tendo adquirido um sotaque impoluto, este acabou por ser considerado quase exótico, numa zona do País em que a única pessoa sem sotaque beirão com quem os habitantes já tinham sido confrontados fora um estudante de Coimbra – que ali fora parar por engano quando andava à procura de marijuana barata – que, além de não carregar nas sibilantes, tinha um hálito mais inflamável do que gasolina.

Foi esse exotismo que valeu a Odete o seu próprio programa na Porco no Espeto FM, no final dos anos 90 do século passado, em que dava a conhecer as últimas novidades musicais da América, desde Bo Diddley a Buddy Holly.

Da programação, Odete Antunes fez a transição habitual para o departamento de publicidade, também conhecido como informação, corria o ano de 2005. Apresentou e produziu programas como “Sinal Horário”, “Branca” e “Jingle”, que lhe valeriam o convite para chefiar a Rádio do Fundinho, em 2012.